Quando falamos em universidade popular, isto é, um modelo de ensino superior que priorize a sociedade, e não o mercado, falamos de algo perfeitamente possível.
À primeira vista, evidente, como qualquer novidade que surge, pode causar estranhamento, mas esse tipo de reação é natural, visto que ainda não há tradição de luta por esta especificidade, como há nas causas da reforma agrária ou do passe-livre estudantil.
No entanto, hoje, a universidade popular, como pauta de luta, está no mesmo patamar delas e está na ordem do dia começar a construir as condições subjetivas para a sua concretização estratégica, e isso é tarefa do movimento estudantil.
Ora, temos consciência de que não se pode fazer um omelete sem quebrar os ovos - O que queremos dizer com essa expressão ?
que não há possibilidade de construir efetivamente a universidade popular, assim como não há possibilidade de se fazer reforma agrária, ou de se ter acesso a um transporte público, gratuito e de qualidade, sem realizar mudanças radicais em busca de uma nova sociabilidade - O novo nasce do velho.
Para tanto, a estrutura econômica do país deve abolir a propriedade privada sobre os meios de produção, substituindo pela propriedade socializada; deve estabelecer um limite para a propriedade da terra, afinal, a pequena propriedade produz muito mais e melhor que o latifúndio; radicalizar a democracia, substituindo o sistema de representação burguês - que está falido, por um modelo participativo - o poder popular.
Também sabemo que a universidade popular passa necessariamente pelo fortalecimento da educação de base, ascendendo à universidade. Mas, esse modelo é insustentável no regime do Capital, da educação-mercadoria.
A universidade popular não é obra exclusiva dos estudantes ou dos movimentos de educação, mas de milhões de trabalhadores. Por isso, unido aos movimentos sociais e ao povo pobre e explorado, o movimento estudantil apresentará resistência à hegemonia burguesa da educação. Para, enfim, propor a ofensiva que dará fim, não só à universidade-mercadoria, mas a todos os tipos de mercadorização da vida social.
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